domingo, 25 de março de 2007

A evolução da forma


Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.

As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.

Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?

A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.

Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?

Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!

Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.

Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.

Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.



Jalal ud-Din Rumi
Poeta e místico sufi do século XIII(Poemas Místicos, Ed. Attar, 1996)

quarta-feira, 14 de março de 2007

Canção


Silfos ou gnomos tocam?...
Roçam nos pinheirais
Sombras e bafos leves
De ritmos musicais.


Ondulam como em voltas
De estradas não sei onde,
Ou como alguém que entre árvores
Ora se mostra ou esconde.


Forma longínqua e incerta
Do que eu nunca terei...
Mal oiço, e quase choro,
Por que choro não sei.


Tão ténue melodia
Que mal sei se ela existe
Ou se é só o crepúsculo,
Os pinhais e eu estar triste.


Mas cessa, como uma brisa
Esquece a forma aos seus ais;
E agora não há mais música
Do que a dos pinheirais.


quinta-feira, 8 de março de 2007

terça-feira, 6 de março de 2007

O Labirinto do Fauno



Filme muito interessante que parece ser composto por duas realidades que basicamente retratam a mesma situação. A realidade dos adultos e a realidade de “contos de fadas” da menina Ofélia. Cada um vai interpretar de maneira diferente... de uma forma mais “real” e outra digamos que mística ou de realidade dentro de outra realidade. O que é verdadeiro ali? A realidade dos humanos? Dos outros seres místicos? Ou ambos? Eu gostei da conjugação. A moral de O Labirinto do Fauno, mesmo expressa de maneiras diferentes (uma mais real e outra de “contos de fadas”) é a mesma, e é a seguinte:

Nunca obedeças cegamente a uma ordem sem antes questionares se o que te estão a pedir é certo ou errado

As personagens que mais gostei... o Fauno pelo seu fascínio, o capitão Vidal pela sua disciplina e aprumo, a Mercedes quando enfrentou o capitão, e claro a Ofélia ^-^ e as fadas/insecto! heheheh



Na mitologia:

Fauno, também chamado de Sátiro ou Silvano. Protector das lavouras e dos rebanhos, Fauno foi ocasionalmente adorado como divindade silvestre. Os ecos e sons do bosque eram atribuídos a sua voz. Na Mitologia Romana
, os faunos são a multiplicação tardia do deus Fauno, cujo nome deriva do latim favere, "ser favorável", "benéfico". Fauno era representado como um ancião de longa barba, vestido com pele de cabra, às vezes munido de uma cornucópia. Nisto ele se assemelhava ao deus grego . Na evolução do mito, Fauno apareceu como neto de Saturno e era representado com patas de bode, como os sátiros gregos. Nessa fase o deus se multiplicou em numerosos faunos, semideuses representados com chifres, cauda e cascos de bode, mortais porém longevos. Assim como Pã, Fauno era um deus alegre. As lupercais, festas anuais que se realizavam na Roma antiga no mês de Fevereiro e que se prolongaram pela era cristã, eram dedicadas a Fauno e destacavam seu carácter de protector dos pastores e dos rebanhos contra todos os perigos, especialmente o dos lobos. Durante as lupercais, os jovens, vestidos com peles de cabra, corriam pelas ruas de Roma, celebrando assim os antigos ritos, segundo os quais os sacerdotes do deus partiam de seu santuário, situado numa gruta do monte Palatino, e dançavam ao redor dos antigos muros da cidade para pedir ao deus a fecundidade dos campos, dos animais e dos homens. Ao lado de Fauno, na mitologia aparece Fauna, sua esposa, irmã ou filha. Segundo certas versões, ela teria atributos semelhantes aos do deus.

segunda-feira, 5 de março de 2007

Eclipse Lunar
















Sábado dia 3 de Março por volta das 20:16 estava a Lua a entrar na zona de penumbra, o começo do eclipse lunar. E eu fiquei sentada de binóculos a olhar pró céu. Vi até atingir a fase máxima do eclipse, quando a sombra da Terra ocultou totalmente a superfície brilhante da Lua. Foi o primeiro eclipse lunar que observei e achei muito bonito. Só queria ter um telescópio pra próxima ^-^


O horário das diversas fases do eclipse:
Entrada na penumbra: 20h16
Entrada na sombra: 21h29
Início da totalidade: 22h43
Máximo do eclipse total: 23h20
Fim da totalidade: 23h57
Saída da sombra: 1h11
Saída da penumbra: 2h25


clicar nesta imagem pra saber mais sobre eclipses

quinta-feira, 1 de março de 2007